Útero da Terra em Chamas ( Apresentação)
Tereza Batista cansada de guerra, cansada de ser tão maltratada; argola no colar do capitão, (Justiniano Duarte da Rosa), como pode existir? Num só nome; justiça arte e rosas.
Perseguido pelo cão em noite de núpcias (Justiniano Duarte da Rosa).
Era um demônio; aquele homem, aquele que colecionava muitos cabaços', também caiu no laço da própria fome e banhou-se o corpo em seu sangue de porco e rosto de carranca.
A heroína? Nos contos, nas tramas de Jorge; (Salve, o bem amado!)Essa sim; a quem me refiro, com tamanho respeito; essa sim, se foi vingada e nos permitiu contar sua história, como uma prece imaculada, nesse presente pra minha senhora.
Oi, maria bonita; Maria Aparecida minha mãe;
Tu não éis somente parte da minha vida, tu éis sim minha vinda primeira!
Tão guerreira quanto Dandara; aquela que preferiu a morte à escravidão; essa mesma. Pois não nasceu, como nenhuma mulher, como nenhuma mãe nasceu, para ser escravizada e jamais domaram o seu leão!
Tão linda quanto o canto das matas tão perfeita em meio a escuridão, quando surgiu, surtiu na foz a voz de Iara e a Yemanjá não tão somente a imensidão.
Salve Mamãe Oxum!
Tão sútil na voz de Nara que aqui narrara, em seu coração, a poesia mais linda no fundo d'alma dentro de uma pequenina só canção.
Oi, maria bonita; Maria Aparecida minha mãe;
Tu não éis somente parte da minha vida tu éis sim a vida inteira, o útero da Terra!
O útero da Terra!
O útero da Terra!
Uma Joana Darc determinada, numa Olga Benário Prestes prestes a sacrificar-se pelo ideal que defendes.
A fenda?
Profunda; se finda profana, se aprofunda em lágrimas e re-nasce da Terra.
________________________________________________________________________________________________________________
Autor: Rafael Ferreira Vieira, escritor, poeta, músico e rapper.
Imagem : Alex Rocha
Comments