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O tempo para os Apukás.


Os Apukás como sociedade é muito bem organizada, e cada dia que passa, percebo que tenho muito que aprender com esses nativos maravilhosos.


No processo de compreensão dos nativos Apukás é imprescindível e necessário conhecer a dinâmica temporal, ou seja como é dividido o tempo e como eles se relacionam diante desta divindade sagrada.


O tempo para os Apukás tem a finalidade de comemorar rituais, festas religiosas e, principalmente, para saber a época certa para plantar e para colher.


O tempo é uma divindade sagrada encarregada de manter os ciclos da vida e das estações da Terra, das estações do Céu.


As estações da Terra podem ser medidas pelo Sol e as estações do Céu, pela Lua. Para os Apukás, a divisão e a contagem do tempo baseiam-se nas épocas de plantio e colheita e têm relação direta com os fenômenos da natureza.


Nestes anos, no meio dos silvícolas, o que impressionou foi o conceito de tempo, para eles o tempo é algo que tem muito valor e somente os sábios, conseguem saber e valorizar o tempo e suas frações.


O tempo para os Apukás é a duração de momentos, de fatos é o que determina as relações entre os nativos e é fragmentado em partes para melhor compreender e melhor desfruta-lo.


O tempo em suas frações também é relacionado com felicidade e é só valorizado quando se percebe que estamos envolvidos com ele e suas frações.


A escala do tempo Apuká, segue séculos, anos, meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos.


O calendário Apuká é um calendário lunar composto por doze meses com 28, 30 ou 31 dias ao longo de um ano com 365 ou 366 dias.


O mês Apuká começa quando a primeira Lua Cheia aparece pela primeira vez após o pôr-do-sol, e o tempo de duração do mês para a sociedade Apukás, é o tempo aproximado necessário à lua para efetuar uma volta ao redor da terra.


Em anos normais, um mês tem em média 30 dias e 10 horas ou 730 horas, e em um ano bissexto, um mês tem em média 30 dias e 12 horas com aproximadamente 732 horas mês.


Os meses dos anos Apukás seguem a seguinte nomenclatura:


1º - Orienaj tem 31 dias;

2° - Orierevef tem 28 ou 29 dias;

3° - Oçram tem 31 dias;

4° - Lirba tem 30 dias;

5° - Oiam tem 31 dias;

6° - Ohnuj tem 30 dias;

7° - Ohluj tem 31 dias;

8° - Otsoga tem 31 dias;

9° - Orbmetes tem 30 dias;

10° - Orbutuo tem 31 dias;

11° - Orbmevon tem 30 dias;

12° - Orbmezed tem 31 dias.


Os dias da semana não fogem desta estrutura, porém com sete dias, a semana dos Apukás, os nomes dos dias baseado em algumas divindades, deuses, planetas ou astros.


A semana Apuká tem os seguintes nomes:


1° - Ognimod;

2° - Adnuges;

3° - Açret;

4° - Atrauq;

5° - Atniuq;

6° - Atxes;

7° - Odabas;


O tempo é o sábio mais importante para os Apukás, o tempo não morre o tempo move os Apukás.


Texto inspirado na obra de Horace Miner In: A.K. Rooney e P.L. de Vore (orgs) You and the others: Readings in Introductory Anthropology (Cambridge, Erlich) 1976, “Ritos corporais entre os Nacirema”.




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