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Carta de uma Mãe - Zuzu Angel


Nossa história sempre foi contado pelo prisma do vencedor, isso é uma fato inegável, os atos de covardia, desrespeito, atrocidades, torturas foram justificados covardemente com a negação dos fatos.


O mais estarrecedor na narrativa da história do Brasil é a negação dos fatos, a negação da verdade, é criminalização um direito garantido por lei. Mas, como não se poder esconder a verdade por muito tempo, ela vem no momento certo e de forma avassaladora.


Foi o que aconteceu, com a divulgação da pesquisa de Matias Spektor, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em seu trabalho de pesquisa junto aos documentos liberados pelo governo americano, especificamente ao Departamento de Estado dos EUA, uma série de memorandos secreto da CIA que relata que o general Ernesto Geisel, presidente do Brasil no período do regime militar entre 1974 - 1979, autorizava execuções de presos politicos.


Segundo o pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), o memorando datado de 11/04/1974, foi elaborado pelo CIA, William Egan Colby, e encaminhado aos secretário de Estado dos EUA Henry Alfred Kissinger, que é considerado uma figura perigosa e acusando de cometer crimes de guerra durante sua longa estadia no governo americano, conforme o jornalista Christopher Hitchens relata em seu livro "The Trial of Henry Kissinger" e o analista Daniel Ellsberg no livro "Secrets.


O trabalho de pesquisa de Matias Spektor, relatou um encontro entre Geisel, João Batista Figueiredo, então chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), e os generais Milton Tavares de Souza e Confúcio Danton de Paula Avelino, ambos do Centro de Inteligência do Exército (CIE), comentando que: "ameaça terrorista e subversiva", e que os métodos "extra-legais deveriam continuar a ser empregados contra subversivos perigosos". Ou seja, que deveriam continuar a praticarem crimes de guerras no Brasil durante a ditadura militar.


O mais triste de tudo isso, é a história de busca incansável da Zuleika Angel Jones conhecida como Zuzu Angel; estilista e mãe do ativista político Stuart Angel Jones assassinado pelo governo e transformado em desaparecido político, em que enfrentou as autoridades da época e levou sua busca a se tornar conhecida no exterior.


Em sua jornada por justiça e pelo filho na década de setenta, enviou várias cartas e fez várias via cruzes por diversas embaixadas e consulados implorando ajuda para encontrar seu filho.


Uma das cartas que encontramos em nossas pesquisas junto ao site da filha de Zuzu Angel a jornalista Hildegard Angel, relata o drama de uma Mãe.


Carta de Zuzu Angel pedido ajuda é um documento histórico que não deve ser esquecido, por este motivo o reproduzimos com todos os créditos.


Segundo a jornalista Hildegard Angel em seu site "a carta e para Terezinha, a destinatária da carta de minha mãe vista logo abaixo, escrita em 17 de agosto de 1971, com meu irmão já morto, é a mulher de um general comandante da época".


Carta para esposa de um general da Ditadura Militar




A jornalista filha de Zuzu, conclui: "divulgo para vocês, a carta entregue por Zuzu ao secretário de Estado americano Henry Kissinger (juntamente com um dossiê sobre a morte de Stuart)+, por ocasião de sua vinda ao Brasil, em fevereiro de 1976." e após "Dois meses e duas semanas depois, Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel, foi assassinada pelas mesmas forças que executaram o seu tão amado filho."

Carta ao secretário de Estado americano Henry Kissinger

A busca de Zuzu pelas explicações, pelos culpados e pelo corpo do filho só terminou com sua morte, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea, à saída do Túnel Dois Irmãos (Estrada Lagoa-Barra), Rio de Janeiro, hoje batizado com seu nome. O carro dirigido por ela, um Karmann Ghia TC, derrapou na saída do túnel e saiu da pista, chocou-se contra a mureta de proteção, capotando e caindo na estrada abaixo, matando-a instantaneamente. Está sepultada no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.

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Fonte:

Site Hilde Angel - Cartas Zuzu Angel

Cartas Zuzu Angel - Carta para Teresinha

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