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A LENDA DO RIO PIRAPÓ E ACIL: A PROTETORA DO RIO PIRAPÓ


Nos tempos antigos, quando os Apukás estavam ainda estabelecendo suas raízes e se conectando com a terra que os sustentava, havia uma lenda que ecoava através das margens do Rio Pirapó. Essas águas cristalinas eram o coração da comunidade, fornecendo sustento, vida e um elo vital com a natureza. E no centro dessa lenda estava Acil, a protetora do Rio Pirapó.


Diz-se que Acil era uma jovem de beleza inigualável e espírito livre. Seus cabelos eram como os raios dourados do sol, e seus olhos refletiam as cores da água que fluía do rio. Desde pequena, Acil sentiu uma conexão profunda com o rio, como se a própria essência da água corresse por suas veias. Ela sabia que sua missão era ser a guardiã e protetora desse rio sagrado.


A lenda contava que, certa noite, Acil teve um sonho revelador. Nas águas do rio, ela viu uma visão de uma serpente de escamas brilhantes que ameaçava poluir e secar o rio. Era uma criatura maligna que representava a destruição e a ganância.


Acil acordou com uma determinação feroz em seu coração: ela estava destinada a proteger o Rio Pirapó.


Com coragem e convicção, Acil se dedicou a cuidar do rio e a ensinar aos Apukás sobre a importância da preservação da natureza. Ela liderou esforços para manter as águas limpas e saudáveis, garantindo que todos entendessem a conexão vital entre o rio e a tribo. Ela se tornou uma líder natural, inspirando os Apukás a viverem em harmonia com a natureza.


A lenda diz que, quando a serpente maligna tentou cumprir sua ameaça de poluir o rio, Acil convocou os espíritos da floresta em uma batalha épica. As águas do Rio Pirapó se ergueram em uma furiosa tempestade, e os espíritos da natureza se uniram a Acil em uma luta contra a serpente. Após uma batalha intensa, a serpente foi derrotada e banida das águas sagradas do rio.

Desde então, Acil se tornou uma figura lendária entre os Apukás. Ela foi reverenciada como a protetora do Rio Pirapó e a guardiã da harmonia entre a tribo e a natureza. Os Apukás aprenderam a importância de preservar o rio e respeitar a terra que os sustentava, seguindo o exemplo de Acil.


Hoje em dia, a lenda de Acil e o Rio Pirapó são passadas de geração em geração, lembrando os Apukás da responsabilidade de proteger a natureza e honrar o elo sagrado entre a comunidade e as águas que fluem pelo rio. Acil permanece como uma inspiração, um símbolo de coragem, determinação e amor pela terra, que guia os Apukás na busca pela harmonia com o mundo natural.

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Texto inspirado na obra de Horace Miner In: A.K. Rooney e P.L. de Vore (orgs) You and the others: Readings in Introductory Anthropology (Cambridge, Erlich) 1976, “Ritos corporais entre os Nacirema”.

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