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A Solidão Humana: Uma Jornada nas Profundezas da Alma

É final do ano de 2023, coloquei-me a escrever um sentimento que assola muitas pessoas neste tempos efêmeros, para essa reflexão, vou me apropriar da pequena Macondo, uma cidade fictícia para onde Gabriel García Márquez, nos leva em sua narrativa sobre da família Buendía, presente no livro “Cem anos de solidão”, uma cidadezinha, muito longe de ser pacífica, a vila é um lugar de conflitos sociais, guerras, greves e rebeliões, onde o escritor nos convida para fazermos uma reflexão sobre a solidão.


Ao me recordar, das sensações que se passava entre as páginas amareladas de um exemplar de "Cem Anos de Solidão", encontrei-me perdido nos labirintos mágicos de Macondo, um lugar onde a solidão pairava como um véu invisível sobre as vidas dos Buendía. Enquanto a prosa de Gabriel García Márquez se desdobrava diante de mim, eu mergulhava nas profundezas dessa solidão, cada palavra ecoando como um sussurro melancólico.


Em meio ao cenário exuberante e surreal de Macondo, a solidão não se manifestava apenas como a ausência de companhia, mas como uma presença onipresente que permeava cada página. A história da família Buendía, envolta em magia e realismo mágico, revelava camadas complexas dessa solidão, como sombras projetadas por uma lua solitária.

Identificava-me com a experiência solitária dos personagens, sentindo-me como um observador distante em meio à festa caótica da vida. A solidão de Márquez, habilmente entrelaçada na trama, tornava-se um eco de minhas próprias reflexões solitárias. Cada cena, por mais fantástica que fosse, carregava consigo um toque de familiaridade com a solidão que transcende as barreiras do tempo e da cultura.


Assim como García Márquez compartilhava suas percepções sobre a solidão na escrita, eu encontrava paralelos em minha própria jornada. A solidão não se restringia às páginas de um livro; ela ecoava nas entrelinhas da minha própria existência. Em meio às multidões, nos encontros efêmeros da vida cotidiana, a solidão se manifestava como uma sombra silenciosa, desafiando a ideia convencional de conexão.


No entrelaçar das palavras do autor colombiano, descobria que a solidão não era apenas um estado de estar sozinho, mas uma experiência compartilhada por aqueles que ousavam explorar os cantos mais profundos da condição humana. Em Macondo, via refletida minha própria jornada de busca por significado e conexão em meio à vastidão aparentemente interminável da existência.


À medida que virava cada página, mergulhava mais fundo nos recantos da solidão mágica de García Márquez, uma solidão que transcendia as limitações do tempo e do espaço. Como um viajante solitário na terra encantada de Macondo, descobria que a solidão não era apenas uma lacuna a ser preenchida, mas um portal para a compreensão mais profunda da alma humana, onde a melancolia se entrelaçava com a magia de formas inesperadas.


Na leitura da obra de Gabriel Garcia Marques,  100 anos de solidão, me fez refletir profundamente, sobre o que é a solidão.


Então, me fez mergulhar nas profundezas da solidão humana que habita minha alma. Não é apenas a ausência de vozes ao meu redor, mas uma sensação mais complexa, uma jornada solitária que se desenrola nas tramas invisíveis do meu ser.


A solidão humana, para mim, é como uma sombra persistente que me acompanha mesmo quando estou entre amigos, cercado por risos e conversas.


É uma desconexão sutil, como se eu fosse um estranho em um banquete de intimidade, observando a dança da camaradagem sem jamais sentir os passos em sintonia com os meus.


Nos recônditos da minha existência, a solidão se revela como a busca incessante por uma conexão genuína. É a ânsia por ser compreendido nas entrelinhas da minha complexidade, por encontrar alguém que veja além das máscaras que uso para enfrentar o mundo. É a luta para expressar as nuances da minha alma e ser acolhido sem julgamentos.


Às vezes, essa solidão assume a forma de uma melodia silenciosa, tocada nos compassos solitários da minha própria jornada. Nas noites solitárias, perto de pessoas, sinto a ausência de uma presença que complete os espaços vazios.

Nesta era digital, apesar de suas promessas de conexão, às vezes intensifica essa solidão. As redes sociais podem ser um espelho distorcido, refletindo uma versão idealizada da vida que contrasta com a realidade. Nesse mundo virtual, a solidão assume uma dimensão paradoxal, onde a conexão superficial coexiste com a desconexão emocional.


No entanto, reconheço que a solidão humana não é apenas um fardo a carregar. Ela se torna um terreno fértil para a autoexploração e a autocompaixão.


Na solidão, descubro a força silenciosa que reside em mim, a capacidade de ser meu próprio companheiro de jornada, de encontrar significado nas sutilezas do meu ser.


Assim, na narrativa da minha solidão humana, descubro que ela é uma parte intrínseca da minha existência, uma viagem solitária que molda meu entendimento do eu e do mundo ao meu redor.


Posso concluir que, aprendo que a verdadeira conexão começa dentro de mim, na aceitação e compreensão da solidão que, paradoxalmente, nos une como seres humanos.


Prof. Daniel Mota

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Prof. Daniel Mota, possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (1996). Especialização em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) Campus Curitiba. Pós-graduando na UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná, Campus de Apucarana FECEA-PR. Professor com 30 anos de experiência na área da educação, em sala de aula com desenvolvimento de projetos educacionais nas áreas de Filosofia, História e Sociologia bem como consultoria educacional e financeira. Trabalhou por 25 anos no mercado financeiro, é funcionário da rede pública de ensino do Estado do Paraná, proprietário, editor do site Os Argonautas Mídia Alternativa, fundador e proprietário do projeto pela democratização da leitura, Sebo Apucarana.


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