OS DANOS DA DITADURA MILITAR NO BRASIL
Em nosso site, temos alguns artigos sobre a Ditadura Militar no Brasil, que nos levam a refletir sobre os danos causados nestes anos difíceis. O interessante que durante as duas décadas, o Brasil foi marcado por um período sombrio de sua história: a ditadura militar, que teve início em 1964 e perdurou até 1985. Esse regime autoritário deixou marcas profundas na sociedade brasileira, causando danos irreparáveis em diversas esferas da vida nacional.
Um dos aspectos mais dolorosos da ditadura militar foi a violação sistemática dos direitos humanos. Milhares de pessoas foram perseguidas, presas, torturadas e mortas pelo regime, simplesmente por expressarem suas opiniões políticas ou por defenderem os direitos civis e sociais. Muitos desapareceram sem deixar rastros, deixando famílias inteiras em busca de respostas e justiça até os dias de hoje.
Além da repressão política, a ditadura militar também deixou um legado de censura e silenciamento. A imprensa foi cerceada, artistas foram perseguidos e obras culturais foram censuradas, tudo em nome da suposta segurança nacional. O medo e a autocensura se instalaram na sociedade, tolhendo a liberdade de expressão e a diversidade de ideias.
Nesse contexto, destaca-se a triste realidade do alinhamento dos meios de imprensa com o regime militar, onde muitos veículos de comunicação se curvaram à censura e à pressão do governo, omitindo informações e contribuindo para a perpetuação do silêncio e da opressão. Muitos jornalistas, em vez de denunciarem os abusos e as violações dos direitos humanos, optaram pela covardia e pela submissão, traindo o compromisso ético com a verdade e a justiça.
Os dramas individuais que simbolizam a tragédia vivida durante a ditadura se tornaram ainda mais angustiantes diante da omissão e da cumplicidade de parte da imprensa brasileira. Um desses casos é o da estilista Zuzu Angel, cujo filho, Stuart Angel, foi assassinado pelos agentes do regime em 1971. Zuzu Angel enfrentou não apenas a dor da perda, mas também a covardia e a indiferença de parte da imprensa brasileira, que preferiu silenciar sua voz em vez de denunciar a brutalidade do regime.
Outro exemplo marcante é o do jornalista Wladimir Herzog, cuja morte foi inicialmente divulgada como um suicídio pelas autoridades, em uma clara tentativa de encobrir o assassinato cometido pelos órgãos de repressão. A omissão e a conivência de parte da imprensa brasileira diante desse crime hediondo são um testemunho da covardia e da falta de compromisso com a verdade e a justiça.
Nesse mesmo ritmo sombrio, temos o caso de Antônio de Oliveira Três Reis, residente em Apucarana/PR, que desapareceu em 1973 após questionar os abusos cometidos pelo regime militar, é mais uma triste evidência dos horrores da ditadura. Seu desaparecimento, assim como o de tantas outras vítimas da ditadura, foi envolto em silêncio e impunidade, alimentando o sentimento de impotência e desamparo de suas famílias e da sociedade brasileira como um todo.
É importante ressaltar que as vítimas da ditadura militar não eram apenas pessoas ligadas a sindicatos de esquerda ou movimentos políticos de oposição, mas sim todo brasileiro que ousasse questionar os horrores do regime e lutar por justiça e liberdade. A repressão política e a violação dos direitos humanos afetaram pessoas de todas as origens e classes sociais, deixando uma ferida profunda na sociedade brasileira que ainda hoje busca cicatrizar.
Apesar de todos esses danos, é importante reconhecer que a ditadura militar também gerou resistência e luta por parte da sociedade brasileira. Movimentos sociais, sindicatos, organizações de direitos humanos e artistas se uniram em prol da democracia e da justiça, contribuindo para o processo de redemocratização do país. Essa luta pela verdade, justiça e memória continua até hoje, na esperança de que os horrores do passado não se repitam e que a democracia seja sempre preservada como um bem precioso a ser protegido.
Concluímos nossa reflexão, que, os danos causados pela ditadura militar no Brasil foram profundos e duradouros, deixando uma ferida aberta na história nacional. É dever de toda a sociedade brasileira reconhecer e enfrentar esses danos, garantindo que as violações dos direitos humanos nunca sejam esquecidas e que a democracia e os direitos fundamentais sejam sempre respeitados e protegidos.
Prof. Daniel Mota
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Prof. Daniel Mota possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (1996), especialização em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) Campus Curitiba e é pós-graduando na UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná, Campus de Apucarana FECEA-PR. Com 30 anos de experiência na área da educação, trabalhou por 25 anos no mercado financeiro e é funcionário da rede pública de ensino do Estado do Paraná. Além disso, é proprietário e editor do site Os Argonautas Mídia Alternativa e fundador e proprietário do projeto pela democratização da leitura, Sebo Apucarana.
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